Dia 02 de março de 2019 foi uma data especial para os 10 ganhadores do
Concurso Literário promovido pela Firjan/Sesi para os funcionários da indústria
do Estado do Rio de Janeiro, que aconteceu no Clube Municipal, em Barra Mansa.
Fui contemplada em 5º lugar na categoria Contos e nunca fui tão valorizada como
escritora em nenhum concurso literário dos quais já participei e ganhei em
primeiro lugar. Após as falas de abertura, leitura dos textos contemplados em
1º lugar nas categorias poesia e contos e premiação em dinheiro para os
vencedores do 1º a 3º lugares, os 10 ganhadores foram direcionados a uma grande
mesa para procedermos à sessão de autógrafos. Foi muito divertido e
valorizante. O coquetel servido foi de primeira qualidade: canapés deliciosos,
água, suco, refrigerante e para fechar a noite, espumante. Parabéns aos
organizadores da Firjan pela noite agradável, leve e divertida. Que venham
outros concursos. Abaixo, segue um trecho do meu conto.
O APOCALIPSE DE OLÍVIA
O fim
tem várias formas e está dentro de cada um.
Não costumava acordar às 10 horas;
naquele dia foi um caso à parte. A cabeça, ainda atordoada, demorou a processar
que havia um burburinho vindo da rua. Foi difícil levantar. A coluna
enferrujada não obedecia ao cérebro, que estava prejudicado pela lentidão dos
reflexos. Foram as pílulas. Mas, o que podia fazer? Sem elas não dormia. Quando
finalmente conseguiu levantar-se, calçou os chinelos de pano e dirigiu-se a
passos arrastados até a janela. Afastou a cortina e olhou a rua. Viu as pessoas
correndo aflitas e desesperadas, umas atropelando as outras, carros buzinando e
avançando pela rua tomada por uma multidão que parecia insana. Afastavam-se de
uma fumaça que ela viu saindo do térreo de seu prédio. “Meu prédio? Tem certeza?”
Ouviu um estrondo e outros e mais outros e mais fumaça. Estalos de vigas, um
leve tremor. Lembrou-se de cenas parecidas já vistas em filmes catastróficos.
Lamentou-se que aquilo estivesse acontecendo, embora não soubesse o quê.
Poderia ser um terremoto. Poderia ser um tsunami, ou furacão, ou até mesmo a
erupção de algum vulcão perdido, disfarçado, que nunca ninguém poderia imaginar
que existia. Mais certo seria um desmoronamento. Provavelmente uma obra mal
feita por algum engenheiro mal formado ou uma empreiteira oportunista que usou
materiais de quinta categoria. “Mas era o meu prédio que estava desmoronando,
louca!” Será? Não queria muito prestar atenção àquele fato. Poderia ser
um fake. Sim, fake psicológico. Aquilo não estava acontecendo. Era apenas um
pesadelo. Deveria estar ainda dormindo e não acordada divagando se o mundo
estava acabando. E daí se estivesse? Já estava acostumada com fins. Era
doutorada em fins. Poderia ministrar aulas em alguma universidade ensinando
como atrair e lidar com fins...
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