Foto:www.cranik.com
O cristianismo foi declarado religião oficial do Império Romano (logo eles que trucidaram cristãos nas arenas), por motivos meramente políticos. Porém, ele não atingiu todas as classes da população, apenas àqueles que viviam na parte urbana. Os que viviam nos campos, longe das zonas de comércio e ensino, eram maioria, e permaneceram fiéis aos seus antigos deuses, o Deus de chifres e a Deusa-mãe, e por isso receberam o nome de pagãos. Pagão significa “morador do campo”. O poder de manipulação, domínio e intriga dos poderosos do cristianismo estavam crescendo a cada século e uma de suas estratégias para destruir com as festividades pagãs, foi incorporá-las às suas comemorações religiosas, como: o festival de solstício de inverno que comemorava o nascimento do Deus-Sol, passou a ser o Natal; o festival de Samhaim, comemoração aos mortos, passou a se o Dia de Todos os Santos ou Finados. Apossaram-se também de locais sagrados da Antiga Religião e levantaram igrejas cristãs. Os Deuses foram transformados em santos. O culto Á Virgem Maria veio da importância da Deusa-mãe. Alguns pagãos se renderam à nova religião, outros se mantiveram fiéis à Antiga Religião. Com o tempo, o que restou da religião se misturou à magia popular e práticas do xamanismo dos povos bárbaros, que consistia em feitiços feitos com uso de ervas, bonecos, com intuito de curar, atrair boa sorte, amores e até para fins nada nobres. Para acabar totalmente com o paganismo, os cristãos, liderados pelos poderosos papas e padres, atribuíram aos deuses pagãos a personificação do mal. Os deuses agropastoris Pã e Silene, dotados de chifres e cascos de bode, foram denominados como satã, visto que os cristãos ainda não tinham uma forma para dar ao antagonista do Deus cristão. Para acabar de uma vez por todas com os que se opunham à igreja, formou-se o tribunal da santa inquisição, num tempo chamado de Era das Fogueiras. As primeiras vítimas foram os gnósticos, os cátaros e os templários. Como ainda existiam cultos aos deuses antigos, aproveitaram para, através de acusações de canibalismo e outras, levarem os pagãos, que chamaram de bruxos, às fogueiras, não antes de torturá-los das formas mais brutais possíveis. Além de pagãos, também foram caçados os doentes mentais, homossexuais, pessoas invejadas pelos poderosos, mulheres velhas e solitárias. As mulheres eram despidas e tinham o corpo revistado várias vezes em busca de uma suposta “marca do diabo”. Eram açoitadas, marcadas a ferro, violentadas, e por fim, condenadas como bruxas, eram queimadas vivas. Também passavam pela prova da água, em que os inocentes boiariam, então muitos também morriam afogados. Anciãs que moravam com gatos também eram declaradas feiticeiras, daí a ligação dos gatos com as bruxas. Em relação às mulheres, que foram as maiores vítimas da inquisição, nota-se que essa perseguição também foi mais uma forma de discriminação e preconceito pelo sexo feminino. E, mais estranho, isso tudo veio de uma religião que se dizia “de amor”. Até mesmo os protestantes não perdoaram. Por causa disso, os ditos pagãos passaram a viver na clandestinidade e ainda hoje acredita-se nas bruxas da Branca de Neve e João e Maria. Não serão apenas caricaturas impostas pela discriminação e intolerância dos poderosos que moldaram à moda deles uma religião que deveria ser de amor? Na verdade, a bruxaria consiste em extrair da natureza tudo o que precisamos para ser felizes. As bruxas são simplesmente mulheres conscientes do seu poder e detentoras de segredos mágicos capazes de ajudá-las a transformar a realidade segundo seus desejos. Você que é mulher, se identificou?
Por: Denise Constantino
Fonte: Revista História Viva nº 35 Ano III / www.casadobruxo.com.br
Este espaço comportará manuscritos, alfarrábios e pensamentos que eu julgar de qualidade necessária para prestigiar o público. Também servirá como um desabafo, uma catarse, uma válvula de escape para impressões e ideias que precisam ser expostas e que tornam instrumentos de criatividade, de forma que tornem a vida do autor mais leve e livre de se levar.
quarta-feira, 28 de setembro de 2016
terça-feira, 13 de setembro de 2016
A MULHER DE PÉ
Tudo
começou quando ela completou cinquenta anos. Fez questão de dar uma festa de
arromba e convidou todos os parentes e amigos. Até aquele momento, sentia-se
bem fisicamente, saudável, ainda com vigor para muitas tarefas. Passaram-se
seis meses e os entraves começaram. Toda vez que ela se sentava, ficava
incomodada. Virava de um lado, virava de outro; mexia-se mais do que peixe fora
d’água. Levantar-se tornou um tormento, um sofrimento, os pés doíam quando
tocavam o chão; os quadris se entortavam; as pernas não obedeciam; as costas se
encurvavam de dor. Foi ao médico e os exames não acusaram nada. Diziam que era
normal para a idade, apesar de que hoje em dia, uma pessoa com cinquenta anos
ainda tivesse muito o que viver. Então, resolveu mudar de atitude por ela mesma. Não se sentou mais. Passou a
viver de pé ou deitada, para dormir. Como? Simples: fazia tudo de pé. Quando ia
à igreja, assistia à missa em
pé. Quando utilizava ônibus... viajava em pé. Espera em
consultório médico... em
pé. Trabalhava em pé. Nas palestras... de pé.
__ Sente-se, senhora. Há lugar
disponível.
__ Não, obrigada. Prefiro ficar
de pé.
Quando ela começou a se sentir
incomodada também de pé, resolveu caminhar. Caminhava sempre: de manhã, à tarde
e à noite. Só se deitava para dormir. Só parava para se alimentar e ir ao
banheiro.
Quando caminhar passou a incomodá-la, começou a correr. Corria de manhã, à tarde e à noite. Participava
de todas as maratonas e corridas de competição, mas não para ganhar, apenas
para estar correndo.
E quando não podia mais ficar
de pé, nem caminhar e nem correr, ela finalmente se deitou e nunca mais se
levantou.
Por: Denise Constantino
Por: Denise Constantino
sexta-feira, 9 de setembro de 2016
HAIKAISEANDO
Já está no site do Clube dos Autores o livro Haikaiseando, o primeiro dentre muitos que desejo publicar. Ou, diretamente com a autora. Apenas 15,00. Contate: decof@uol.com.br.
Sinopse
HAIKAISEANDO é a junção de HAIKAI + DESENHANDO. Com este livro, o leitor poderá desfrutar haikais diversos na forma aportuguesada desse estilo, ou algo parecido, no caso, uma versão particular dessa poesia minúscula que foi desenvolvida no Japão . A ideia é abstrair, divertir-se, sonhar, imaginar, criar e expressar através de desenhos sua percepção dessa pequena poesia, porém, tão significativa.
segunda-feira, 5 de setembro de 2016
O QUE É A FELICIDADE?
Muito se tem
discutido sobre o que realmente é a felicidade, e até hoje, pouco se descobriu,
ou nada. Ninguém encontrou uma resposta definitiva, concreta, considerada como
verdadeira e absoluta, que pudesse satisfazer todos os afoitos em saber o sentido
dessa palavrinha mágica, ou, desse sentimento tão cobiçado e pouco conhecido.
Muitos falam que é um estado de espírito; outros falam que é a realização de
todas as nossas necessidades, em todos os fatores de nossa vida, como: ter um
bom trabalho, com um bom salário; uma casa, uma família; ter bens materiais;
fama, sucesso e poder; inexistência de problemas; um amor; ajudar o próximo
etc. Uma vez perguntei a uma colega de trabalho, o que seria felicidade para ela e
a resposta foi: comer. Então, acredito que felicidade seja uma situação
relativa, cada um tem seu conceito sobre ela. Somando todos esses fatores, a
felicidade se basearia em possuir um conjunto formado pelo material, emocional
e o espiritual, este último muitas vezes não reconhecido por alguns estudiosos
do assunto.
Segundo Abraham Maslow, o ser humano vive para satisfazer suas necessidades, que ele classificou em uma pirâmide. O objetivo é chegar ao topo (auto-realização), quando o indivíduo atingiria a plenitude de sua vida, tendo todas as suas necessidades atendidas.
É a busca da satisfação dessas necessidades que motiva as pessoas a seguirem em frente, galgando os vários degraus da existência. Parece uma busca interminável, porque assim que uma necessidade é satisfeita, surge outra. Fica o desafio então, se chegarmos ao topo – na auto-realização, alcançaremos a tão sonhada felicidade? E o que acontece depois? Paramos? Morremos?
Facilmente, podemos achar que a felicidade não é desse mundo, pois parece algo inatingível. Ou, parece algo transcendental. O que a vida nos oferece são momentos de alegria e que nos dá, momentaneamente, uma sensação de felicidade. Acredito que antes de atingirmos algo que pareça transcendental, devemos praticar o autoconhecimento (“conhece a ti mesmo”- Sócrates). Na verdade, a vida não é um problema, é um desafio e o maior desafio de todos é, justamente, conhecer profundamente a nós mesmos. Não sabemos ainda por que estamos aqui e para quê. Como então podemos desvendar os mistérios de tão intensa plenitude? Em vez de ficarmos achando que a felicidade se encontra em fatores externos, não deveríamos olhar para dentro de nós, acreditando que é lá que estão as respostas para nossas aflições, angústias e insatisfações? Como disse Thomas Hardy: “A felicidade não depende do que nos falta, mas do bom uso que fazemos do que temos.” E você, já encontrou sua felicidade?
Segundo Abraham Maslow, o ser humano vive para satisfazer suas necessidades, que ele classificou em uma pirâmide. O objetivo é chegar ao topo (auto-realização), quando o indivíduo atingiria a plenitude de sua vida, tendo todas as suas necessidades atendidas.
É a busca da satisfação dessas necessidades que motiva as pessoas a seguirem em frente, galgando os vários degraus da existência. Parece uma busca interminável, porque assim que uma necessidade é satisfeita, surge outra. Fica o desafio então, se chegarmos ao topo – na auto-realização, alcançaremos a tão sonhada felicidade? E o que acontece depois? Paramos? Morremos?
Facilmente, podemos achar que a felicidade não é desse mundo, pois parece algo inatingível. Ou, parece algo transcendental. O que a vida nos oferece são momentos de alegria e que nos dá, momentaneamente, uma sensação de felicidade. Acredito que antes de atingirmos algo que pareça transcendental, devemos praticar o autoconhecimento (“conhece a ti mesmo”- Sócrates). Na verdade, a vida não é um problema, é um desafio e o maior desafio de todos é, justamente, conhecer profundamente a nós mesmos. Não sabemos ainda por que estamos aqui e para quê. Como então podemos desvendar os mistérios de tão intensa plenitude? Em vez de ficarmos achando que a felicidade se encontra em fatores externos, não deveríamos olhar para dentro de nós, acreditando que é lá que estão as respostas para nossas aflições, angústias e insatisfações? Como disse Thomas Hardy: “A felicidade não depende do que nos falta, mas do bom uso que fazemos do que temos.” E você, já encontrou sua felicidade?
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