quinta-feira, 11 de agosto de 2016

O OBSERVADOR


Plumas selvagens, cheias de cor
destacam-se no opaco verde da mata
ele muito cansado, pousou
de frente para uma brilhante cascata.
Do alto da árvore contemplou
toda nossa vida transformar-se em nada
e as florestas morrerem queimadas
viu homens tão brutos sem amor
viu pais e filhos mergulharem em dor
viu a água secando sendo absorvida
viu a Terra chorar sendo destruída
viu a mulher abandonar o rebento
viu crianças fugidas em tormento
viu político governar como ladrão
e o ser humano perdendo-se na ambição.
E ali não descansou o observador
alçou voo com asas em riste
para onde não sabe se existe
um lugar onde se observe o amor.

Por Denise Constantino da Fonseca
Pintura: Rafaela Maia


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