Chorei quando vi uma
parte bem sintetizada da abertura das Olimpíadas. Gisele Bündchen desfilando ao
som de “Garota de Ipanema”. Todas as luzes, cores, efeitos especiais, a
singeleza também... O 14 Bis decolando! Os atletas carregando bandeiras,
desfilando alegres, orgulhosos por estarem representando seu país. Os atletas
veteranos, que tanto nos proporcionaram alegrias no passado, Hortência e
Gustavo Kuerten levando a tocha até Vanderlei Cordeiro de Lima, que por sua
vez, acendeu a pira olímpica, iniciando, oficialmente a abertura dos Jogos
Olímpicos do Brasil. Bateu um orgulho de ser brasileira. Um patriotismo que já
estava esquecido há algum tempo no fundo do coração, encarcerado pela vergonha
de viver em um país em que educação e saúde definham vertiginosamente, para não
citar outros quesitos, e estamos assistindo a tudo isso cada vez mais doentes e
descrentes, em um país em que aqueles em quem deveríamos confiar nos apunhalam
pelas costas em prol do dinheiro e do poder. O patriotismo foi substituído pela
revolta e repúdio a eventos como as Olimpíadas. Mas, assistindo à maravilhosa
abertura dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro, que foi elogiada pela mídia
mundial, veio até uma onda de lágrimas em meus olhos sensíveis e faz-me pensar
como é bom sentir o sangue de brasileiro correr nas veias, vibrar, torcer,
sentir a adrenalina, gritar por nossos jogadores ou competidores e como é
catártico quando uma medalha é conquistada. Não podemos negar, é uma festa
bonita e até mesmo aqueles que atacaram a tocha olímpica, se renderam ao
espetáculo proporcionado a milhões de brasileiros. É histórica, tradicional,
cultural; onde o esporte é enaltecido e comemorado. E o que o esporte nos
proporciona? Saúde, bem-estar, conquistas, aprendizado, renúncia, como
enfrentar desafios, como vencer obstáculos, superação. Tudo isso não é uma boa
forma de educar nossos filhos, por exemplo? Pois bem, podemos aprender muito
com o esporte. O esporte é algo do bem. Ele salva vidas mergulhadas na
depressão, na doença e nas drogas, tira crianças ociosas das ruas. E as
Olimpíadas ou a Copa do Mundo são uma forma de divulgação do esporte. Só há um
problema no meio desse Bem, a mão podre do homem. A culpa não é das Olimpíadas
ou do revezamento da tocha, que é um ato simbólico e histórico, que anuncia o
início dos jogos. O erro está na má gestão de nosso país, a má gestão dos
recursos humanos, materiais e financeiros. O erro está na ambição desmedida de
nossos governantes e empresários, que não se contentam com seus salários
altíssimos, que querem sempre mais, que se corrompem e corrompem perdidamente,
sem medir consequências.
Repito aqui, saibamos escolher nossos governantes em meio
ao ninho peçonhento de políticos que nos cercam a cada quatro anos para sugar
tudo o que temos de bom em nosso lindo e rico país. Só assim, poderemos nos
regozijar de ser brasileiros e vibrar como patriotas, festejar sem culpa ao ver
nossos atletas nos representando bravamente em uma competição.
Por: Denise Constantino
– 05/08/16
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