O termo “política” tem sua origem
no grego “politiká”, que deriva de “polis”, designação do que é público.
Política é a ciência de governar um Estado ou nação e é uma arte de negociação
para compatibilizar interesses, ou seja, a arte de conciliar interesses. E
quando nos referimos à política pública, esses interesses devem ser públicos,
que quer dizer “do povo”.
Aprofundando
um pouco mais, o termo também pode designar um conjunto de regras e normas de
uma determinada instituição, como por exemplo: a política de contratação de
pessoas de uma empresa. Já Maquiavel, em seu livro “O Príncipe”, define
política como “a arte de conquistar, manter e exercer o poder, o governo”. O
poder político define que alguém governa sobre o outro. Quem governa tem
exclusividade do uso da força sobre grupos que se encontram sob sua influência.
O poder político possui três características: não permitir que surja outra
organização concorrente que exerça o poder que ele já detém; intervir de forma
autoritária em todas as esferas para que as atividades destas vão somente de
encontro aos fins desejados pelo governo e por fim, a capacidade de tomar
decisões para toda a coletividade, a que chamamos de Universalidade. Esperamos
que a política seja universal e o poder político exercido para garantir os
direitos e interesses do povo. Para isso, elegemos vereadores, prefeitos,
governadores, deputados e presidente da República. Por isso chamamos de
interesse público e não de interesse individual do governante. Satisfazer o
interesse público engloba muitos fatores, como a forma de governar do eleito. O
fator primordial é não fazer com que a conotação positiva da palavra política
se transforme em algo negativo, a que chamamos de politicagem. Satisfazer as
ambições dos militantes partidários com cargos que requerem alto grau de
competência, conhecimento técnico e especificidades, pode ser o início da
derrocada de um governo que cativou o interesse público.
A
chamada “dança das cadeiras” é o clichê de toda troca de governo e o idealismo
político de algumas pessoas já se confunde com a ambição por cargos de poder
dentro dos órgãos públicos. A competência e o mérito são características não
reconhecidas no dicionário da politicagem e por isso a máquina governamental
passa a imagem de enferrujada, travada, ultrapassada e nunca se moderniza
porque o ranço do serviço público está impregnado em todos os poros. Cito aqui
uma metáfora: os cristãos, mesmo nas arenas, prestes a serem devorados pelos
leões, não negaram Jesus e morreram todos, sacrificados. Esta citação parece um
filme que se repete toda vez que o governo muda de mãos. E vale lembrar a
leitura de três dos princípios (mais cabíveis nesse momento) básicos da
administração pública: Impessoalidade, Moralidade e Eficiência.
O
povo brasileiro precisa de um governo, gestão, administração... competente,
eficaz, onde os órgãos e cadeiras sejam ocupados por pessoas capazes, que
queiram realmente trabalhar, independente de partido político, idealismo,
partidarismo, raça, credo, etc. Lutemos para que os princípios administrativos,
imprescindíveis no setor privado sejam também aplicados no setor público, o que
geraria um lucro altamente benéfico para todos os interessados internos (o
setor público em sua totalidade) e externos (nós, o público votante).
Lembrando
o Platonismo, enquanto essa urgente e necessária realidade do mundo ideal não é
copiado nesse mundo sensível e isso só tarda devido a nossa própria irresponsabilidade,
restam aos sobreviventes a humildade, a paciência, resignação, perseverança e capacidade
de adaptar-se a mudanças, porque uma porta se fecha para uns, mas se abre para
outros e depois acontece o inverso. É como ser o primeiro da fila e depois ter
de voltar para o final. Um ciclo, apenas.
Texto: Denise Constantino
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