terça-feira, 9 de agosto de 2016

PARA QUÊ SERVE A POLÍTICA

O termo “política” tem sua origem no grego “politiká”, que deriva de “polis”, designação do que é público. Política é a ciência de governar um Estado ou nação e é uma arte de negociação para compatibilizar interesses, ou seja, a arte de conciliar interesses. E quando nos referimos à política pública, esses interesses devem ser públicos, que quer dizer “do povo”.
            Aprofundando um pouco mais, o termo também pode designar um conjunto de regras e normas de uma determinada instituição, como por exemplo: a política de contratação de pessoas de uma empresa. Já Maquiavel, em seu livro “O Príncipe”, define política como “a arte de conquistar, manter e exercer o poder, o governo”. O poder político define que alguém governa sobre o outro. Quem governa tem exclusividade do uso da força sobre grupos que se encontram sob sua influência. O poder político possui três características: não permitir que surja outra organização concorrente que exerça o poder que ele já detém; intervir de forma autoritária em todas as esferas para que as atividades destas vão somente de encontro aos fins desejados pelo governo e por fim, a capacidade de tomar decisões para toda a coletividade, a que chamamos de Universalidade. Esperamos que a política seja universal e o poder político exercido para garantir os direitos e interesses do povo. Para isso, elegemos vereadores, prefeitos, governadores, deputados e presidente da República. Por isso chamamos de interesse público e não de interesse individual do governante. Satisfazer o interesse público engloba muitos fatores, como a forma de governar do eleito. O fator primordial é não fazer com que a conotação positiva da palavra política se transforme em algo negativo, a que chamamos de politicagem. Satisfazer as ambições dos militantes partidários com cargos que requerem alto grau de competência, conhecimento técnico e especificidades, pode ser o início da derrocada de um governo que cativou o interesse público.
            A chamada “dança das cadeiras” é o clichê de toda troca de governo e o idealismo político de algumas pessoas já se confunde com a ambição por cargos de poder dentro dos órgãos públicos. A competência e o mérito são características não reconhecidas no dicionário da politicagem e por isso a máquina governamental passa a imagem de enferrujada, travada, ultrapassada e nunca se moderniza porque o ranço do serviço público está impregnado em todos os poros. Cito aqui uma metáfora: os cristãos, mesmo nas arenas, prestes a serem devorados pelos leões, não negaram Jesus e morreram todos, sacrificados. Esta citação parece um filme que se repete toda vez que o governo muda de mãos. E vale lembrar a leitura de três dos princípios (mais cabíveis nesse momento) básicos da administração pública: Impessoalidade, Moralidade e Eficiência.
            O povo brasileiro precisa de um governo, gestão, administração... competente, eficaz, onde os órgãos e cadeiras sejam ocupados por pessoas capazes, que queiram realmente trabalhar, independente de partido político, idealismo, partidarismo, raça, credo, etc. Lutemos para que os princípios administrativos, imprescindíveis no setor privado sejam também aplicados no setor público, o que geraria um lucro altamente benéfico para todos os interessados internos (o setor público em sua totalidade) e externos (nós, o público votante).
            Lembrando o Platonismo, enquanto essa urgente e necessária realidade do mundo ideal não é copiado nesse mundo sensível e isso só tarda devido a nossa própria irresponsabilidade, restam aos sobreviventes a humildade, a paciência, resignação, perseverança e capacidade de adaptar-se a mudanças, porque uma porta se fecha para uns, mas se abre para outros e depois acontece o inverso. É como ser o primeiro da fila e depois ter de voltar para o final. Um ciclo, apenas.

Texto: Denise Constantino


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